Projeto
de aprendizagem. E agora?
No semestre
2016/ 2 da UFRGS, realizei em grupo um trabalho intitulado “O que influencia as mulheres na escolha da sua profissão?”.
Confesso que a própria temática do trabalho já foi desafiadora, mais ainda, foi
ter que trabalhar em grupo com pessoas tão diferentes. Com pensamentos e
opiniões muito diferentes. Por se tratar de uma temática muito ampla e
complexa, resolvi trabalhar com meus alunos (2º ano do ensino fundamental de 9
anos), o projeto que já desenvolvo todos os anos, intitulado: Cor de pele?!
Na
proposta de Projetos de Aprendizagem o papel do professor é orientado pelas diferentes
funções que venha a assumir na interação com os estudantes (Fagundes et alli,
1999). Pensando nisso, e também sobre qual questionamento sempre intriga os
alunos (até mesmo eu, em quanto professor), deparei-me mais um ano com a tão
utilizada frase: Lápis cor de pele.
Mas
a final que cor é essa? Perguntei aos meus alunos qual era o lápis cor de pele,
logo todos responderam que era o lápis rosa claro, cor de pêssego, salmão...
Sendo que ninguém possui essa cor de pele. Questionei-os se realmente a pele
deles era daquela cor, uma vez que eu, negro, possuo a pele marrom.
Entrando
nas investigações para o projeto. Já descontruí algumas certezas que eles possuíam,
tendo agora algumas dúvidas pertinentes: Realmente minha pele é dessa cor? Qual
é a cor da pele? Uma criança negra pode se representar com outra cor que não
seja a marrom ou outra tonalidade escura?
De
acordo com o texto Projetos de
aprendizagem – Uma experiência mediada por ambientes telemáticos de Léa da
Cruz Fagundes, Rosane Aragón de Nevado, Marcus Vinicius Basso e Juliano
Bitencourt “Todas as micro-atividades de
um projeto usam e produzem informações que necessitam ser interligadas, em
forma de rede, para que os seus desenvolvedores possam a qualquer instante
navegar por ele, revendo lições aprendidas, revisando decisões tomadas,
reaproveitando informações, etc.” (2006).
Partindo
dessa curiosidade despertada neles, resolvemos então analisar a cor de nossos
colegas.
Logo
no início não foi tão fácil, uma vez que a mídia branca nos faz crer que
mocinhos de novelas, galãs e até mesmo princesas e fadas, precisam ser brancos,
de olhos azuis e cabelos claros.
Fica
difícil dialogar com essa estrutura imposta por muitos anos. Incentivei-os
então, a procurarem em casa ou até mesmo puxarem pela memória, quais são os
seus ídolos que possuem a pele escura?
Logo
apareceram jogadores de futebol, cantores de funk e até mesmo alguns atores
como Will Smith e Lázaro Ramos.
Ainda
estamos em fase de construção e levantamento de dados, uma vez que eles se
mostraram muito curiosos e participativos. Creio eu que novamente, esse assunto
será trabalhado durante o decorrer do ano. Quebrando assim paradigmas
defasados.
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