Olá, Bem vindo ao blog. Somos o quarteto fantástico do PEAD. Anderson, Bianca, Giovana e Lidiele. Alunos do curso de Pedagogia da Ufrgs
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Construindo a meta 3
Deixo aqui o registro de minha construção da meta 3!
Na meta 1, observei que as
brincadeiras com elementos naturais despertavam o interesse das crianças. Isto
transformou-se em uma certeza e na meta 2 algumas dúvidas passaram a nortear as
ações. Relembrando:
·
Por que os elementos naturais chamam a atenção
das crianças?
·
Por que as crianças, facilmente, transformam
objetos lhes dando outras funções? Ex: uma pedra, transformar-se em um ovo?
·
A quantidade e variações de elementos
oferecidos, alteram a qualidade das brincadeiras?
Como
trabalho com crianças pequenas, eles ainda não fazem perguntas ou colocam suas opiniões
de uma forma clara, então tive um desafio grande para, mesmo assim, tentar
responder as dúvidas temporárias, capturar os seus saberes e pesquisar as
respostas devidas.
No dia
12 de maio, em uma rodinha, coloquei um projetor com imagens deles brincando
com os elementos, e questionei:
1. O
que os amigos estão fazendo?
2.Vocês
gostam das pedras? Por que?
3.É
legal brincar com as coisas da natureza?
Respostas:
1. Estão
brincando! Tão fazendo castelos! (Stella-2 anos)
2. Sim!
Elas são pesadas! Elas são castelos! (Mateus – 2 anos)
3. Sim!
Dá pra fazer castelo, ovo, varinha mágica (Mateus – 2 anos)
A partir destas respostas e outras (aqui não
registradas), a escolha pelos elementos naturais se dá pela potencialidade dos
mesmos em se transformar em qualquer outro objeto. Diferente de um brinquedo
pronto, com uma função pré-estabelecida, eles podem usar toda sua criatividade,
dando a função a um objeto de acordo com a sua brincadeira.
Pesquisas sobre o assunto:
Brincar é uma das atividades fundamentais para
o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de as crianças, desde
muito cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar
determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas
brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes,
tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. (BRASIL, 1998, v. 2,
p. 22).
Para Oliveira (2013): Na brincadeira a criança
consegue aflorar sua criatividade sendo ela mesma, sem medo da imposição do
adulto. Somente brincando a criança consegue viajar em um mundo ilusório cujo
autor é ela, pois o brincar é uma atividade onde as crianças criam novos fatos,
novos ambientes, novos brinquedos, dão novos sentidos as brincadeiras,
conseguem representar, cantar, subir em palcos, dançar, tudo por intermédio da
sua criatividade na brincadeira. (p. 4).
Para Oliveira et al (2002, p. 55): A
brincadeira simbólica leva à construção pela criança de um mundo ilusório, de
situações imaginárias onde objetos são usados como substitutos de outros,
conforme a criança os emprega com gestos e falas adequadas. Nessa situação a
criança reexamina as regras embutidas nos atos sociais, as regulações culturais
que fazem que a mãe seja quem fica em casa enquanto o pai sai para o trabalho
em certos grupos sociais, por exemplo. Isso ocorre conforme a criança
experimenta vários papéis no brincar e pode verificar as consequências por agir
de um ou de outro modo. Com isso internaliza regras de conduta, desenvolvendo o
sistema de valores que irá orientar seu comportamento.
O segundo estágio é conhecido como pré-operatório
(2 a 7 anos), a criança faz uso de símbolos, brincadeiras de faz-de-conta, há o
aparecimento da linguagem e o egocentrismo é marcante, além do tipo de
inteligência denominada de inteligência representativa. Para Piaget (2003, p.
24): Com o aparecimento da linguagem, as condutas são profundamente modificadas
no aspecto afetivo e no intelectual. Além de todas as ações reais ou materiais
que é capaz de efetuar, como no curso do período precedente, a criança
torna-se, graças à linguagem, capaz de reconstruir suas ações passadas sob
forma de narrativas, e de antecipar suas ações futuras pela representação
verbal.
Nesse aspecto é importante esclarecer que as
expressões faz-de-conta, jogo simbólico ou brincadeira simbólica, referem-se ao
tipo de brincadeira realizada socialmente pelas crianças nesse período
implicando na representação de um objeto por outro, atribuindo- lhe novos
significados. Esse período caracteriza-se pela inteligência representativa que
se traduz pela capacidade evocativa, isso é, lembrar simbolicamente objetos e
situações ausentes. Os meios de evocação não ocorrem somente pelo faz-de-conta,
mas também pela imitação, linguagem, imagem mental e desenho. Pelos propósitos
desse trabalho dedica-se atenção especial à brincadeira do faz-de-conta ou jogo
simbólico
A fase egocêntrica faz com que a criança não se
preocupe com quem está a sua volta, enxergando o mundo somente à sua maneira e
acha que todos pensam da mesma maneira que ela. Também é nesta fase que a
substituição acontece devido à sua função simbólica, criando a capacidade de
substituir um objeto ou acontecimento por representações. As crianças no
faz-de-conta estão desenvolvendo também a imagem mental, que é construída
evolutivamente, sendo uma imitação interiorizada, a consequência da experiência
que se tem do objeto.
Porém, o processo em que as crianças têm em
relação ao jogo simbólico é significativo para a função cognitiva, imaginativa,
social e abre caminho para a autonomia. Para Kishimoto (2001, p. 27), citando
Fromberg: [...] o jogo infantil inclui as seguintes características:
simbolismo, ao representar a realidade e atitudes; significação, uma vez que
permite relacionar ou expressar experiências; atividade, ao permitir que a
criança faça coisas; voluntário ou intrinsecamente motivado, ao incorporar seus
motivos e interesses; regrado, de modo implícito ou explícito; e episódico,
caracterizado por metas desenvolvidas espontaneamente.
As crianças desenvolvem várias modalidades de
expressão ao realizarem o jogo simbólico, como a capacidade de imaginar e
representar. Na capacidade de imaginar a criança transmite para o faz-de-conta
suas ações lúdicas em relação ao seu cotidiano, as suas vontades, ao que está
no seu redor e em pensamento.
Dessa forma, a criança de dois a sete anos,
aproximadamente, passa a contar com a possibilidade de representar as ações, as
situações e os fatos de sua vida e manifestá-los por meio da construção da
imagem mental, imitação diferida, jogo simbólico, linguagem, desenho (condutas
de representação) e linguagem oral trazendo inúmeros benefícios para o
desenvolvimento e aprendizagem infantil.
Estádio
Pré-Operatório (2 aos 7 anos)
É
nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objecto ou
acontecimento por uma representação. Esta substituição é possível graças à
função simbólica. A criança já não depende unicamente de suas sensações,
dos seus movimentos, destinguindo uma imagem, palavra ou símbolo daquilo
que ele significa (o objecto ausente). Este estádio é também muito conhecido
como o estágio da Inteligência
Simbólica. Divide-se em duas etapas:
1. O pensamento préconceptual - imagens mentais sem conceitos.
Nesta fase (dos 2 aos 4 anos) o pensamento é dominado pela imaginação e pela
fantasia.
2. O pensamento intuitivo - centrado na percepção e não na
imaginação, logo é menos egocêntrico, mas pouco flexível, preso aos
acontecimentos particulares, às impressões sensíveis (dos 4 aos 7 anos)
Contudo,
a atividade Sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e
mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua
aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de
mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A
criança é egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar,
abstractamente, no lugar do outro, não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter
uma explicação, já pode agir por simulação, "como se", possui
percepção global sem discriminar detalhes e deixa-se levar pela aparência sem
relacionar fatos. Podemos dizer que a criança e egocentrista da sua maneira ou
seja, implica a ausência da necessidade, por parte da criança, de explicar aquilo
que diz, por ter certeza de estar a ser compreendida. Da mesma forma,
o egocentrismo é responsável por um pensamento pré-lógico, pré-causal, mágico,
animista e artificialista. O raciocínio infantil não é nem dedutivo nem
indutivo, mas transdutivo, indo do particular ao particular; o juízo não é
lógico por ser centrado no sujeito, em suas experiências passadas e nas
relações subjetivas que ele estabelece em função das mesmas. Os desejos, as
motivações e todas as características conscientes, morais e afetivas são
atribuídas às coisas (animismo). A criança pensa, por exemplo, que o cão ladra
porque está com saudades da mãe. Por outro lado, para as crianças até os sete
ou cinco anos de idade, os processos psicológicos internos têm realidade
física, ou seja, os pensamentos estão na boca ou os sonhos estão no quarto.
Dessa confusão entre o real e o irreal surge a explicação artificialista,
segundo a qual, se as coisas existem é porque alguém as criou.
Do
ponto de vista do juízo moral observa-se que, a princípio, a moral é totalmente
heterônoma, passando a autônoma na medida em que a criança começa a sair do seu
egocentrismo e compreender a necessidade da justiça equânime e da
responsabilidade individual e coletiva, independentes da autoridade ou da sanção
imposta.
Quando
vemos uma criança brincando de faz-de-conta, sentimo-nos atraídos pelas
representações que ela desenvolve. A primeira impressão que nos causa é que as
cenas se desenrolam de maneira a não deixar dúvida do significado que os
objetos assumem dentro de um contexto. Assim, os papéis são desempenhados com
clareza: a menina torna-se mãe, tia, irmã, professora; o menino torna-se pai,
índio, polícia, ladrão sem script e sem diretor. “Sentimo-nos como diante de um
miniteatro, em que papéis e objetos são improvisados” (Vieira, 1978). Esse tipo
de jogo recebe várias denominações: jogo imaginativo, jogo de faz-de-conta,
jogo de papéis ou jogo sóciodramático. A ênfase é dada à “simulação” ou
faz-de-conta, cuja importância é ressaltada por pesquisas que mostram sua
eficácia para promover o desenvolvimento cognitivo e afetivo- social da
criança. (BOMTEMPO, 2001, p. 57-58).
Registro meta 2. Semanas 3 e 4
Semana3. No pergolado, oferecer elementos naturais: pedras,
madeiras, areia e objetos recipientes.
Aqui, com a ampliação dos materiais, ampliou também as possibilidades de ações: as crianças empilharam, colocaram areia dentro dos potes, caminhões, madeiras, etc. Assim, eles ficaram muito tempo envolvidos, sendo que nas outras propostas logo perdiam o interesse e aqui não, eu tive que interferir e avisar que tínhamos outra coisa a fazer (no caso, almoço).
Na semana 4, a mesma proposta foi repetida.
Registro meta 2. Semanas 1 e 2
Na meta 2, enriqueci a proposta dos elementos naturais, para assim poder observar as brincadeiras, interações e reações.
Semana 1. Oferecer na sala referência pedaços de madeira e pedras
para que explorem livremente.
Como ofereci apenas dois tipos de elementos, a brincadeira durava pouco tempo. Houveram algumas interações, principalmente a brincadeira de empilhar, mas logo já abandonavam buscando outras coisas para brincar.
Semana2. Oferecer na sala referência madeiras, pedras, potes
e caminhões.
Nesta semana, ofereci outros elementos, alguns não naturais, mas que possibilitasse o encaixe e outras ações. E realmente, as brincadeiras duraram mais tempo.
Registros meta 1
Aqui, alguns registros dos momentos onde observava as brincadeiras das crianças (ar livre) para encontrar algo, tema, assunto significativo que pudesse explorar junto à eles.
Em todos os tempos disponibilizados, as brincadeiras com elementos naturais sempre apareceu, trazendo questionamentos para mim, do motivo ao qual este grande interesse.
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
quarta-feira, 5 de julho de 2017
Reflexão sobre certezas e
dúvidas
De
acordo com as questões levantadas pelos alunos, através de suas certezas e
dúvidas pertinentes à cor de pele, continuamos o diálogo em sala de aula.
Por
se tratar de crianças ainda pequenas, muitas informações não são absorvidas de
maneira clara por eles. Exemplo disso à escravidão.
Compreenderam
que houve uma época onde negros e índios eram escravizados, porém não entendem
o motivo desses povos não terem lutado.
A
maioria dos alunos é de religião evangélica, por tanto para eles é difícil
aceitar a cultura Afro, uma vez que já trazem de casa, tal cultura associada ao
Demônio, Inimigo, Diabo ou outras denominações que utilizaram-se.
Propus a eles que pensassem, quais artistas eles gostam
que são negros. Como já era de se esperar, em épocas onde o Funk predomina,
surgiram diversos funkeiros.
Proporei aos alunos, leitura de livros de histórias
Afros, disponíveis na biblioteca, contação de história desses mesmos livros e
canções que falem sobre o negro.
Certezas e dúvidas dos alunos do Segundo ano da Escola Estadual Estado de São Paulo
Certezas
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Dúvidas
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Pessoas têm cores diferentes;
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Por que alguns são mais brancos?
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É racismo dizer que outra criança é negra;
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Por que a colega tem cor de feijão?
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É feio chamar alguém de negro;
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O cabelo dela sempre foi assim?
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O certo é chamar de moreno;
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O que é racismo?
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Eu não sou negro! (Dito por crianças negras)
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O que é escravo?
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Capoeira veio dos escravos (Havia oficina de Capoeira na escola)
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Capoeira é do batuque?
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Cor de pele?!
Tenho
as duas turmas de Segundo ano na escola que atuo. Ao todo, somando os dois
turnos, um total de 26 alunos. Por se tratar de crianças de sete anos, a maioria
teve o seu primeiro contato com a escola no ano passado.
Conforme
já relatei anteriormente, minha escola é na zona rural de Gravataí. Por tanto,
a maioria dos alunos são brancos.
Uma
das questões que sempre me intrigam, é a cor do lápis Salmão, que todos
insistem em chamar de cor de pele.
Questionei
os alunos sobre qual realmente é a cor de pele, uma vez que ninguém na sala
possui a pele da cor daquele lápis.
Os alunos sentam em duplas,
por tanto pedi que cada um deles procurasse dentre os seus lápis de cor, qual
cor mais se aproximava da pele do seu colega com quem faz dupla.
A
partir daí começamos a trabalhar a cor da pele das pessoas, pedindo que eles
observassem atentamente se alguém da sua família tem a cor diferente da “Salmão”.
Imagem retirada do site:
http://eimulhermelhore.tumblr.com/post/108863594269/volta-%C3%A0s-aulas-est%C3%A1-a%C3%AD-e-acho-v%C3%A1lido
domingo, 2 de julho de 2017
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